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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Ela

          Ela estava ali, olhando para o espelho e tentando se reconhecer.  Sim, era a mesma face, mas definitivamente não era a mesma mulher.        Quando machucamos a pele, a ponto de cortar, fica uma cicatriz mudando a aparência daquele local.       Quando machucamos o coração, as cicatrizes ficam na alma.        Ela agora está começando a se reconhecer, pois está se olhando nos olhos.  Onde foi parar aquele brilho, aquele viço? Perdeu-se nas preocupações, nos problemas,  nas desilusões.        Ela agora estava tremendo por dentro, mas dura por fora. Alguns sinais de sol, da idade, da falta de amor próprio.  Quem realmente era aquela mulher refletida no espelho?  Feliz, realizada, amada ou....decepcionada, frustrada e abandonada?  Um misto de cada adjetivo seria o correto, mas o que mais aparentava era o abandono: dela para ela mesma.  Ela se pergunta enfim: "Para que me preocupei tanto?" "Para que sofri tanto?" "Por que me entreguei tanto par

bagunça

        Está tudo uma bagunça....a pia com louça do jantar, restos num saco, guardanapo usado sobre a mesa, carrinho de criança no caminho, brinquedos sobre a cadeira da cozinha.....mágoa acumulada no coração, medo do abandono, medo da verdade, desilusão, ter de conviver com aquilo que não é. Toda a bagunça de fora reflete a bagunça de dentro. Assim como os pratos estão sujos, meus pensamentos estão poluídos, meu coração tonto, minha alma perdida....arrumar o externo até que é fácil, porém o interno pode ser bem doloroso.           Porque tudo que temos de nos livrar, de uma certa forma, dói. Seja uma saudade, um vício, uma paranóia ou até mesmo uma pessoa. É como puxar aquele esparadrapo bem colado na pele. Falta coragem para puxar, mas quando o fizer faça de uma vez, pois é bem mais dolorido puxar aos poucos.          Colocar tudo em seu devido lugar....está tudo tão cômodo na bagunça que até passa uma falsa ideia de paz interna. Só que a pia fica bem mais bonita quando limpa, com tu